ITABUNA: PM GREVISTA DECLARA QUE PERDEU VAGA DE CANDIDATO PARA VEREADORA VALÉRIA
Nesta semana este blogueiro entrevistou
um dos lideres da greve da PM realizada em 2012 em Itabuna. O policial
Neto declarou que ele seria o candidato a vereador do grupo, mas acabou
perdendo a vaga para a vereadora Valéria. Veja abaixo:
Blog:Como está a situação dos policiais grevista de Itabuna, o governador vai anistiar?
R= O Processo Administrativo
Disciplinar foi findado, agora em fevereiro irá fazer um ano que houve a
instauração do referido processo interno. Houve a promessa do
Comandante Geral dizendo que àqueles locais que não tivessem sido
constatados violência física ou depredação do patrimônio público, os
policiais seriam anistiados.
Blog: mas os seis de Itabuna continuam trabalhando normalmente?
Não sei bem a situação dos outros, mas eu realizo minhas funções laborais normalmente.
Blog: Em 2012, o grupo conseguiu eleger uma vereadora em Itabuna, como
essa articulação ? como foi essa articulação para escolher a candidata
Valéria ?
A PM BA já vinha sofrendo com governos
passados que não respeitavam os acordos ou o nosso estatuto, em 2009 o
chamado Movimento Polícia legal foi um indicativo da classe para mostrar
a nossa situação e reivindicações. Já em 2012, mais precisamente em
janeiro, finalzinho, a paralisação eclodiu em Salvador alastrando-se por
todo o Estado. Itabuna só foi aderir a movimentação em fevereiro, dia
02.
Dessa movimentação toda que a sociedade
itabunense assistiu e quero aqui agradecer também, sentiu a nossa dor
como servidores públicos, nasceu a vontade representativa de classe da
categoria. Surgiu então o meu nome Soldado NETO, mas a eleição batia a
porta, já havia acordo feito com Prisco (Salvador) e Junior (Ilhéus)
para que aqui na região nós ratificássemos o meu nome eo de Junior na
cidade vizinha. tudo estava perfeito quando fui informado pelo grupo que
meu nome não seria o ideal por que não tenho carisma, sou pela classe.
Aceitei.
Vi ali que a escolha foi democrática,
mas a forma da escolha não, veja bem, me informaram que durante um boca a
boca rápido com policiais em serviço a escolhida pela maioria tinha
sido ela.
Ratifico aqui, aceitei a situação, mas não participei da campanha por causa da forma como fui retirado do pleito.
Na cidade vizinha houve um plebiscito para escolha do candidato, aqui nem isso tive como direito.
Blog: então houve um racha?
Não digo racha, mas afastamento
político ideológico de grupo, mantenho ligações com alguns deles, mas
não faço parte, e reitero não quero fazer parte do novo momento político
que está vivendo o 15º BPM.
O amadurecimento político é salutar e
necessário, mas não tem como juntar-me à eles. A classe necessitava
desse processo de luta via política.
Blog: A vereadora Valeria representa o grupo?
Ela tem lutado sim, isso não se pode
negar, tem buscado resultados para nossa situação, mas também ela não
poderia se furtar a esse propósito já que foi eleita com a bandeira da
greve e com solicitações para representar os seis.
Blog: Qual sua relação com ela?
De civilidade, nada mais do que isso, somos companheiros de farda e de luta, mas sem o escopo político comum.
Blog: Na eleição de 2014, o grupo terá candidato em Itabuna ?
Mesmo com a falta de zelo e firmamento nos acordos a verdade tem que ser
dita, o grande representante na região para deputado Estadual deve ser o
soldado Augusto Junior (opinião minha que fique bem claro e não dos
policiais militares!).
Resta saber se ele irá querer labutar para sair candidato em 2014.
Blog: Qual a grande lição, aprendizado do pós greve?
O não revanchismo político, numa luta
de classe você não pode pensar micro e sim macro, abrangente, pensar no
futuro e como alcançá-lo sem deixar sequelas para aqueles que te
seguiram ou que esperam que você consiga o esperado. Se você entender o
papel do gestor como administrador e político, você entenderá o seu
papel como insurgente na luta pelos seus direitos.
Logo após o relaxamento das prisões
recebi apoio de um político do próprio Partido dos Trabalhadores, que
veio à mim saber como poderia ajudar nessa interlocução entre os anseios
da classe, o alto Comando Geral e o governador. O aprendizado foi árduo
mas de grande valia, numa disputa classista não há vencedores e sim
resignação e diálogo. Não há espaço para revanchismo ou partidarismo.
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