terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Condenado a mais de dez anos de prisão, Dirceu diz que 'vida continua', defende PT e alfineta imprensa




André Dusek/Estadão Conteúdo Ex-ministro do governo Lula José Dirceu diz a encontro com jovens em Brasília que PT (Partido dos Trabalhadores) precisa de união
Condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a dez anos e dez meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha, o ex-ministro da Casa Civil no governo Lula José Dirceu disse na noite desta terça-feira (5) que "a vida continua" e é momento do PT se unir para defender o legado do partido e dialogar com o povo brasileiro "a verdade do partido".     
Dirceu deu palestra na CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal), em Brasília, para discutir o legado do governo Lula e se defender do mensalão. Esta é a terceira palestra de uma série prevista para o Brasil todo. Durante a fala, o ex-ministro aproveitou para cutucar a imprensa brasileira.   
— É preciso levar a palavra ao povo brasileiro, nós não podemos permitir que a nossa palavra seja cerceada por aqueles que detêm o monopólio dos meios de comunicação. Muito menos aqueles que usurpam o direito de falar em nome do povo brasileiro. Quem fala em nome do povo é o Congresso Nacional, é a presidente da República, que foram eleitos pela soberania popular.  
Dirceu foi recebido por petistas e vários integrantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) aos gritos de "Dirceu, guerreiro do povo brasileiro". Foi aplaudido durante toda a palestra pela juventude petista que lotou o auditório e disse ter "orgulho" dele.   
O ex-ministro petista disse que o PT foi construído na democracia e que é preciso união porque os próximos anos, que serão "duros". Segundo ele, a oposição está "radicalizando a luta política" e usou o mensalão, em ano eleitoral, para manchar a imagem do PT e não só dos "companheiros denunciados".  
— É evidente que o julgamento da ação penal 470 [processo do mensalão] em ano eleitoral, a marcação do julgamento nosso às vesperas do primeiro e segundo turno, o caráter que ganhou esse julgamento não tinha objetivo de fazer justiça, mas de retomar a tentativa de 2005 de desconstruir e inviabilizar o PT e nossos governos.   
De acordo com Dirceu, a manobra contra o partido ficou "explícita" quando alguns ministros do Supremo pronunciaram seus votos.   
— Não se trata da questão de uma ou outra liderança do PT que foi denunciada, depois foi feita réu e ainda condenada, ainda que felizmente muitas lideranças foram absolvidas. Não se trata da denúncia do chamado mensalão, se trata da tentativa de colocar no banco dos réus o PT e o governo Lula. 

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